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Prepare-se. A Web que você conhece muda radicalmente em 4 de fevereiro

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A ICANN – Internet Corporation for Assigned Names and Numbers divulgou esta semana já ter incorporado mais de 100 novos domínios genéricos de primeiro nível (gTLDs) à raiz da Internet. São domínios prontos para serem vendidos e usados pelos usuários a partir do próximo dia 4 de fevereiro.

Recapitulando, desde que a ICANN abriu a possibilidade de empresas registrarem novos gTLDs, em junho de 2011, a entidade recebeu mais de 1.900 solicitações (veja a lista completa), incluindo, aqui do Brasil, os pedidos para registros dos domínios .RIO, .GLOBO, .VIVO, .IPIRANGA, .ITAU, .BRADESCO,.NATURA e .UOL, entre outros, como .BOM e .FINAL. A maioria deles já passou pela primeira das três etapas do processo de registro.

Pois bem, nas últimas 11 semanas, 107 desses novos gTLDs, já aprovados em todas as etapas do processo de registro, foram introduzidos na raiz da Internet, que opera hoje com apenas 22 gTLDs, incluindo os tradicionais .COM, .ORG e .NET. Entre esses novos domínios estão .GIFT, .LINK, MARKETING, .SOCIAL, .MODA, .EMAIL, .SEXY, .CAMERA, .BIKE e .GURU.

Os primeiros deles começaram a ser liberados em outubro de 2013, quando, pela primeira vez na história, a Icann permitiu endereços em caracteres não latinos. Foram:

شبكة (xn – ngbc5azd) – árabe para “web/rede”
онлайн (xn – 80asehdb) – cirílico para “online”
сайт (xn – 80aswg) – cirílico para “local”
游戏 (xn – unup4y) – Chinês para “jogo(s)”

Essa delegação de gTLDs de script não latinos é um bomexemplo dos esforços da ICANN para criar uma Internet verdadeiramente global, independentemente do idioma ou região.

A maior mudança na internet desde o seu início
Na verdade, a  importância da criação de centenas de novos gTLDs vai muito além do aumento de possibilidades na escolha de nomes de domínio disponíveis. Significa que a Internet está se reformulado.

Nas próximas semanas e meses, vamos ver novos nomes de domínio sendo usados em  todos os cantos do mundo, trazendo pessoas, comunidades e empresas para a Internet de uma forma que nunca imaginamos.  As empresas poderão definir melhor suas identidades online. Indivíduos em todo o mundo poderão experimentar a navegação Web inteiramente em suas línguas nativas. Comunidades surgirão com base em interesses comuns ou geografia.

Os 100 registros de gTLDs já delegados operam a partir de 9 países, cobrem 7 idiomas e 2 comunidades (.WIEN e  .BERLIN. Estas estatísticas são exemplares, especialmente quando se considera que estes são apenas uma fração dos potenciais novos gTLDs (existem mais de 1.300 possibilidades ainda em análise).

Do total, apenas um punhado de novos domínios são termos genéricos, como .WEB e . APP  (com 13 candidatos).  Domínios não latinos respondem por 116 dos pedidos. Os geográficos (tais como .NYC e. LONDON) são 66. E 485 são domínios de marcas como . KPMG e .BMW. A maioria dos domínios solicitados destina-se a pequenos grupos específicos, e em inglês, como  .build, destinado a construtoras, .college para instituições de ensino e .wedding para casais.

Outro benefício dos novos domínios é tornar mais fácil para os buscadores a localização dos sites na Web. Um site chamado ladygaga.tickets, de acordo com esta teoria, teria uma classificação mais elevada nos resultados de busca do que ladygagatickets.com.

A Web de guetos
Mas a mudança não tem só aspectos positivos. Os mais críticos argumentam que caso não seja feita com o devido cuidado, os benefícios acabarão sendo superados pelos efeitos colaterais, como a  concentração da Internet nas mãos de poucas empresas com maior poder econômico, a exemplo do que acontece hoje. Só a Google propôs o registro de 101 gTLDs. A Amazon, por sua vez, 76.   Já a Donuts  pediu  307 novos domínios. Muitos deles foram contestados e ainda estão em análise.


Os defesnsores do novo modelo dizem que muitos requerentes de gTLDs são pessoas com pouca experiência no negócio de nomes de domínio, que investiram na apenas em um ou dois domínios que eles esperam desenvolver. O que, por si só, já garantirá uma Web menos concentrada.

Mas a questão não é tão simples.Por exemplo, há casos em que vários candidatos reivindicaram um mesmo gTLD.  A forma encontrada para resolver a disputa foi o leilão. E aí, segundo os críticos, concorrentes menores, com menor poder econômico, certamente irão perder as disputas. Alguns críticos temem práticas anti-concorrenciais.

Outro problema no horizonte é o aumento da colisão de nomes.  O tópico colisões de nomes recebeu uma atenção considerável nas comunidades de DNS e da Internet nos últimos meses. Uma colisão de nome ocorre quando uma tentativa de resolver um nome usado em um espaço de nome privado (por exemplo, um Domínio de Primeiro Nível não delegado ou um nome curto não qualificado) resulta em uma consulta de DNS no DNS público e há a constatação de um nome semelhante no DNS público.

A ICANN está tomando medidas para aliviar sintomas desse problema. Essas medidas são publicadas em um Plano de Gerenciamento para a Ocorrência de Colisão de Novos gTLDs e têm como objetivo fornecer tempo para as organizações:

  • Investigar seus espaços de nomes internos a fim de identificar se eles estão enviando consultas, incluindo TLDs não delegados à raiz do DNS público
  • Avaliar se essas consultas representam um risco inaceitável para suas organizações e
  • Determinar como os riscos podem ser mitigados.

As medidas da estrutura que a ICANN e os solicitantes de novos gTLDs implementarão são medidas de contenção e diagnóstico, mas elas não tratam a causa subjacente.

A ICANN advoga que tratar a causa é uma decisão e responsabilidade das organizações que usam nomes privados e/ou nomes curtos não qualificados.


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